Adolescentes devem ir ao pediatra?

25 abril, 2022


A adolescência, período que vai dos 10 aos 20 anos segundo a OMS, é caracterizada por importantes transformações como: surgimento da puberdade, reorganização psíquica, surgimento ou intensificação de questões como sexualidade, identidade, mudanças comportamentais, socioculturais e espirituais com a busca e introdução de uma nova percepção de mundo.


A consulta com o adolescente deve abraçar sua individualidade e levar em consideração que nenhum paciente é igual ao outro. A consulta é realizada em três tempos: em um primeiro momento, para nos familiarizarmos com esse atendimento e essa nova dinâmica, pode ser realizada juntamente com os pais/responsáveis, depois com o paciente a sós e, posteriormente, um momento de feedback com a presença dos pais/responsáveis.

 


Muitos adolescentes acabam sendo levados ao consultório médico de forma obrigatória pelos pais, o que pode gerar uma situação de conflito. Nós, como médicos pediatras, devemos acolher e entender o adolescente, nos mostrarmos sinceros e estabelecer um ambiente de confiança, esclarecendo o seu direito ao sigilo e à privacidade, deixando claro quais serão os pontos de quebra desse sigilo com os pais/responsáveis: quando há risco grave à saúde ou integridade à vida do paciente ou de terceiros e que essa quebra não se dará sem o conhecimento do paciente.

 

Na consulta devemos abordar temas e questões que introduzem a vida adulta e que proporcionam a experimentação de mundo ao paciente e, nesse sentido, podemos atuar em medidas preventivas e de redução de danos. Temos que trazer os temas sobre educação, emprego, segurança, violência, sexualidade, sexo, uso de drogas, saúde mental e tantos outros que fazem parte da vida de um ser humano adulto.

 

No mais, devemos entender que adolescentes são sujeitos de deveres e direitos, dotados de capacidade atuante e em permanente construção, que necessitam ser estimulados a ter discernimento para expressar opiniões e responsabilizar-se por seus atos.

 

Como pessoas em condição especial de desenvolvimento, vão adquirindo autonomia, independência e maturidade nas relações que estabelecem em seus grupos de convivência e devem ter garantia de proteção integral e prioridade absoluta (Proteger e Cuidar da Saúde do Adolescente na Atenção Básica, MS 2016).

 

Fonte: Manual de Orientação do Departamento Científico de Adolescência da SBP.







 

Vacinas SUS x PARTICULAR

9 abril, 2022

Tudo o que você sempre quis saber sobre as vacinas do primeiro ano de vida do seu bebê.





AO NASCER

Dadas na maternidade: BCG + HEPATITE B


☞ Comentários:

BCG: deverá ser aplicada o mais precocemente possível, de preferência ainda na maternidade, em recém-nascidos com peso maior ou igual a 2.000 g. A revacinação com BCG não é recomendada, mesmo para crianças que não desenvolveram cicatriz vacinal, pela ausência de evidências de que a repetição traga benefício adicional.


Hepatite B: Aplicar a primeira dose nas primeiras 12 horas de vida. A segunda dose está indicada com um ou dois meses de idade e a terceira dose é realizada aos seis meses. Desde 2012, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacina combinada DTP/Hib/HB (denominada pelo Ministério da Saúde de Penta) ou DTPa-HB-VIP-Hib (Hexa) foi incorporada no calendário aos 2, 4 e 6 meses de vida. Dessa forma, os lactentes que fazem uso desta vacina recebem quatro doses da vacina Hepatite B.


2, 4 E 6 MESES DE VIDA

Privado: HEXAVALENTE + PNEUMOCÓCICA 13-VALENTE (CONJUGADA) + PENTAVALENTE ROTAVÍRUS

Hexa: Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis (acelular) DTPa, hepatite B (recombinante), poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) e Haemophilus influenzae b (conjugada)

Rotavírus: humano/bovino G1, G2, G3, G4 E P1 (atenuada)


SUS: PENTAVALENTE + HEPATITE B + PNEUMOCÓCICA 10-VALENTE (CONJUGADA) + ROTAVÍRUS HUMANO

Penta: Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis (acelular) DTPa, poliomielite 1, 2, 3 (inativada) e Haemophilus influenzae b (conjugada)


☞ Comentários:

Pneumo: A SBP recomenda, sempre que possível, o uso da vacina conjugada 13-valente, pelo seu maior espectro de proteção, no esquema de três doses no primeiro ano (2, 4, e 6 meses) e uma dose de reforço entre 12 e 15 meses de vida. Crianças saudáveis com esquema completo com a vacina 10-valente podem receber dose(s) adicional(is) da vacina 13-valente, até os cinco anos de idade, com o intuito de ampliar a proteção para os sorotipos adicionais.

 

Rotavírus: Existem duas vacinas licenciadas. A vacina monovalente incluída no PNI, indicada em duas doses, seguindo os limites de faixa etária: primeira dose aos 2 meses (limites de 1 mês e 15 dias até, no máximo, 3 meses e 15 dias) e a segunda dose aos 4 meses (limites de 3 meses e 15 dias até no máximo 7 meses e 29 dias). A vacina pentavalente, disponível somente na rede privada, é recomendada em três doses, aos 2, 4 e 6 meses. A primeira dose deverá ser administrada no máximo até 3 meses e 15 dias e a terceira dose deverá ser administrada até 7 meses e 29 dias. O intervalo entre as doses deve ser de 2 meses, podendo ser de, no mínimo, quatro semanas. Iniciada a vacinação, recomenda-se completar o esquema com a vacina do mesmo laboratório produtor. Não há uma recomendação pelo uso preferencial de uma ou outra vacina.

 

DTP: O uso de vacina acelular (DTPa) é preferível ao de células inteiras (DTPw), pois os eventos adversos associados com sua administração são menos frequentes e intensos.

 

Polio: As três primeiras doses, aos 2, 4 e 6 meses, devem ser feitas obrigatoriamente com a vacina pólio inativada (VIP). A recomendação para as doses subsequentes é que sejam feitas preferencialmente também com a vacina inativada (VIP). Nesta fase de transição da vacina pólio oral atenuada (VOP) para a vacina pólio inativada (VIP) é aceitável o esquema atual recomendado pelo PNI que oferece três doses iniciais de VIP (2, 4 e 6 meses de idade) seguidas de duas doses de VOP (15 meses e 4 anos de idade). Desde 2016 a vacina VOP é bivalente, contendo os tipos 1 e 3 do poliovírus, podendo ser utilizada nas doses de reforço ou nas Campanhas Nacionais de Vacinação.


3 E 5 MESES DE VIDA

Privado: VACINA MENINGOCÓCICA ACWY (CONJUGADA) + VACINA ADSORVIDA MENINGOCÓCICA B (RECOMBINANTE)

SUS: VACINA MENINGOCÓCICA C (CONJUGADA)


☞ Comentários: 

Sempre que possível utilizar preferencialmente a vacina MenACWY pelo maior espectro de proteção, inclusive para os reforços de crianças previamente vacinadas com MenC. Crianças com esquema vacinal completo com a vacina MenC podem se beneficiar com dose(s) adicional(is) da vacina MenACWY a qualquer momento, respeitando-se um intervalo mínimo de 1 mês entre as doses.


6 MESES DE VIDA: INFLUENZA

Privado: vacina tetravalente (maior cobertura das cepas circulantes)

SUS: vacina trivalente


☞ Comentários:

Está indicada para todas as crianças e adolescentes a partir dos 6 meses de idade. A primovacinação de crianças com idade inferior a 9 anos deve ser feita com duas doses, com intervalo de 1 mês entre elas.


9 MESES DE VIDA: FEBRE AMARELA

FEBRE AMARELA

 

☞ Comentários:

Recomenda-se que crianças menores de 2 anos de idade, sempre que possível, não recebam as vacinas febre amarela e tríplice viral no mesmo dia, respeitando-se um intervalo de 30 dias entre as doses.


12 MESES DE VIDA

REFORÇO: PNEUMO 10V OU 13V, MENC OU MENACWY, MENB


+


HEPATITE A

Privado: a vacina deve ser administrada em duas doses, a partir dos 12 meses de idade.

SUS: oferece a vacina em dose única aos 15 meses de idade.


☞ Comentários:

Adolescentes podem receber a 2 doses da vacina de Hepatite A com intervalo de 6 meses ou vacina combinada HepA e HepB, como uma série de 3 doses (0, 1 e 6 meses).


+


SUS: TRÍPLICE VIRAL (SARAMPO/CAXUMBA/RUBÉOLA)

OU

Privado op1: VACINA TETRA VIRAL (VACINA SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA E VARICELA ATENUADA)

OU

Privado op2: VACINA TRÍPLICE VIRAL (sarampo, caxumba, rubéola atenuada) + VACINA VARICELA ATENUADA


☞ Comentários:

A vacina de varicela será aplicada aos 15 meses pelo PNI. A vacina SCRV se mostrou associada a uma maior frequência de febre em lactentes que recebem a primeira dose com esta vacina quando comparada às vacinas varicela e tríplice viral em injeções separadas.


☞ Atenção: Vacinações especiais e em pacientes prematuros e imunocomprometidos seguem outras recomendações.


Fontes: Calendário de vacinação da Sociedade Brasileira de Imunizações 2021/2022 e recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria









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